segunda-feira, 16 de agosto de 2010

vendavais

perdido em seu inconsciente, o tempo se esvai, ele vê as armadilhas serem levadas pelo vendaval do deserto, pensa em como era o tempo em que lutou para se libertar, mas foge o pensamento em sua luta por seguir o caminho, agora devastado pela tempestade de fogo que vem do vulcão...

às vezes parece que tudo deu certo, ao mesmo tempo em que seus pensamentos desmoronam, seguidos de uma avalanche de emoções. quisera que fosse um sonho ruim. seria apenas despertar para por um fim nisso tudo, mas hoje não é tão simples...

não há armas para lutar, não há quem combater, mas ele segue a espreita, caminhando entre sombras, se disfarçando por mero receio de ser encontrado, não, isso não pode acontecer, colocaria um fim a tudo que foi feito até agora... no meio desta multidão de egos que o vigia, ele precisa a todo custo manter seu rumo, mesmo que não saiba onde precisa ir...

tudo parece estar desfocado, não há um caminho ou mesmo uma imagem que consiga lembrar de nada, sobra apenas aquele borrão de um dia que talvez tenha sido o princípio de tudo, quando decretou seu próprio fim.

"desistir" é completamente fora de questão, abandonar, por que? não há muito até agora, não haveria porque não deixar algo de lado, talvez apenas quando assumir a derrota é que a chance de vencer reapareça, mas ainda assim, tem que existir outro caminho, tem que ter um outro jeito, mesmo que siga perambulando por entre todas estas mácaras quebradas ao chão, ele sabe que não é a hora de se entregar a exaustão, precisa se levantar mais uma vez, acreditar no que nem ao menos sabe se ainda é real... mas que talvez ainda exista e o faça reencontrar suas memórias de um mero minuto que se perdeu entre os escombros de um dia de sol.

e esta noite, há uma luz que o leva num rumo desconhecido, talvez até sem volta, mas para quem veio até aqui sem saber o motivo, o que é que se tem para perder? mas aquela sombra que antes o perseguiu começa a ganhar formas e cores... agora tudo está claro e a realidade perdida volta a fazer algum sentido dentro de toda a insanidade vivida até aqui, mas talvez a loucura seja seu escape de um mundo que ele ignorou, entretanto, sempre existirão riscos em todos os lados, é hora de se deixar levar outra vez pelo maremoto de confusões que o levaram até aqui... é hora de abrir novamente os portões para enfrentar o vendaval de venus, que tanto evitou...

Um comentário: