sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O dia em que minha irmã caçula acertou uma voadora na minha irmã do meio


Minha família tem algumas histórias muito boas (e muitas outras que eu não contaria nem sob a mira de um revolver). Uma dessas histórias conta que a fita VHS... É, porque a história se passa no período Pré-Cambriano, antes do advento do DVD, então como eu ia dizendo a fita VHS duma atrocidade cinematográfica também conhecida como 7 Ninjas Kids (você pode conferir a catástrofe aqui, mas eu não recomendo) ficava direto em casa. Tipo, minha mãe ia na locadora de vídeos e renovava a locação desta tralha porque nós éramos viciadas nessa joça e minha mãe, como qualquer ser humano, às vezes precisava de um sossego pra cabeça e deixava a gente assistir essa desgraça nipônica de novo e de novo e de novo (e eu não a culpo, se eu fosse minha própria mãe eu teria me dado sonífero quando eu era criança o tempo todo).

Um dia, inspirada por toda aquela barbárie enclausurada dentro da fita de vídeo, minha irmã mais nova deu alguns passos de distância, tomou velocidade e impulso e deferiu uma bela duma voadora nas costas da minha outra irmã.

Reza a lenda que minha irmã (não a caçula, a que tomou a voadora) perdeu o fôlego quando foi atingida, ficou roxa, depois branca e então meio verde azulada (como aconteceria com qualquer um que não fosse o Superman ou duble do Bruce Lee). O problema foi que minha irmã (a que no momento estava meio azul esverdeada, não a caçula) não recuperava o fôlego logo, e quando conseguiu voltar a respirar reclamou de muita dor nas costas (o que geralmente acontece quando você recebe uma bordoada nas costas e não é o Batman).

Como uma boa mãe, minha mãe levou minha irmã para o hospital (que é o lugar para onde você deve levar alguém atingido por uma voadora inspirada em um filme de ninjas) e quando tiraram uma chapa das costas da minha irmã (eu não sei se se diz chapa ou raio-X porque eu não freqüento hospitais) viram que não tinha nenhum osso quebrado, mas constataram que minha irmã estava com princípio de pneumonia.

Bem, agora é a hora em que eu diria a moral da história, mas eu não gosto da palavra moral então vou apenas dizer que pensando nessa história é fácil refletir que às vezes você precisa tomar um chute da vida (ou da sua irmã caçula fã de filme japonês) para descobrir que tem algo errado com você. Eu sei, uma tanto melodramático demais, mas totalmente verdade.

Bom fim de semana pra tomo mundo e que as voadoras venham só metaforicamente.