terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vampiros, lobisomens, bruxos e a maldição de ser humano


AVISO:
Nada de muito bom vai sair deste texto. Provavelmente eu só vim postar no blog porque cansei de xingar muito no Twitter.

AVISO 2:
O texto abaixo não foi produzido tendo como base dados científicos ou qualquer pesquisa de qualquer espécie – fato que é mencionado na intenção de tirar a obrigatoriedade do texto de fazer sentido.

E dito isso agora eu estou livre para dizer a besteira que eu quiser e bem entender (seja lá o que “bem entender” quiser dizer).



Já reparou que o sobrenatural está dominando a ficção? 
Ultimamente somos bombardeados com toneladas de livros, séries e filmes sobre vampiros, bruxos, lobisomens, fantasmas, vampiros e lobisomens, vampiros que lutam contra lobisomens e são auxiliados por bruxos, aqueles afetados dos elfos, mais vampiros, parece que as bichices dos contos de fadas são a próxima tendência, zumbis e vampiros controlando zumbis...
É como se apenas humanos interagindo com outros humanos não pudessem produzir uma boa história, o que nos coloca numa posição não muito confortável já que nós somos apenas humanos.

O mais confuso é que nós estamos obsecados por criaturas sobrenaturais que estão obsecadas com o modo de vida dos humanos. Todos esses livros sobre vampiros centenários frequentando o colegial... Fala a verdade: você é imortal, sua única fraqueza é a luz do Sol, você pode arrancar árvores do solo com as mãos e correr como vento, e tudo o que você faz é sentar numa sala de aula e escutar um professor que tem menos da metade da sua idade fazendo uma ladainha sobre algo que você já sabe? É muito mais coerente aquele outro vampiro que fundou uma banda de rock (se eu fosse vampira, eu faria algo mais nesse estilo. Quer dizer, na verdade, se eu fosse vampira eu morreria de fome porque eu desmaio até com groselha).

E quanto mais alimento meu cérebro com toda esta tranqueira sobrenatural, o que deveria surtir o efeito de ode ao ser humano soa cada vez mais como a depreciação desta condição. De repente (provavelmente porque a overdose de ficção afetou meu cérebro) me deparo com as perguntas “o que tem de errado comigo?” e “por que nada acontece?”. Quero dizer, eu nunca matei um monstro que estivesse me perseguindo (eu já matei baratas, mas baratas são mini-mini-monstros, elas não contam). Nenhuma maldição assombra minha família. Por que a porra da minha carta de Hogwarts nunca chegou? Eu não conheço ninguém que tem que beber sangue pra sobreviver ou que fala com gente morta. Guarulhos é tão fim do mundo que nós nunca tivemos um ataque zumbi aqui. É revoltante. Eu nunca fui abduzida por ETs. Eu nunca nem estive em uma cena de crime – o que é bom, eu acho, mas ao mesmo tempo é indicativo do quão sem graça minha vida é.

Obviamente, esta coisa toda sobrenatural é apenas uma metáfora (do que ou para que eu não entendi muito bem), mas eu não reclamaria se isso fosse mais do que uma mera metáfora (exceto pelos vampiros frequentando o colegial).

Bobagens à parte, independente da vertente ou de como chega até nós, a mensagem que a ficção vem nos enviando há muito tempo é bem simples: a vida deve ser épica e nada menos que isso. E talvez seja esteja aí a maior maldição do ser humano, como viver algo épico se temos que lutar dia-a-dia para não sermos engolidos pelo ordinário?

Eu não sei a resposta, mas acredito que é mais provável encontrá-la do que esbarrar com um vampiro, um fantasma ou um zumbi.



PS: eu poderia muito bem ter colocado “zumbis” no título do post, mas depois de toda aquela putaria de “onde está Sophia?”, “que fim levou Sophia?” e “se eu levantar deste sofá, me embrenhar neste mato e achar essa menina vocês vão ver uma coisa”, The Walking Dead teve aquele midseason finale... AFFE. Em protesto bani os zumbis do título do post (como se fosse grande coisa).

PS 2: midseason finale e fall finale é como os habitantes do hemisfério norte chamam o jeito que os mestres do universo encontraram para punir os viciados em séries por seus pecados.


4 comentários:

  1. na hr q li sophia, já me lembrei o qto te atormentei p/ saber dela...
    mas meu, mto foda, li seu texto, mto bom como sempre e concordo, ultimamente tem se discutido mto mais a vida pós morte do q o q se vive mesmo... mas é estranho ver q "criaturas do além" do nada viraram heróis, não é??? eu tava até lembrando esses dias de "ghost", é um filme chato e preconceituoso se vc for analisar bem... o cara morre, mas não aceita a morte, faz pirraça até q se vinga e mata qm o matou, o outro queima no inferno e ele vai p/ o céu??? os 2 mataram da mesma forma, é preconceito isso...
    mas realmente... estamos numa época q é a vida pós-morte em conronto, ou confraternizando c/ os vivos é q é legal e pensando um pouco mais, parece até passagem da biblia dizendo q o apocalipse seria qdo os mortos voltarem a viver, ou algo do tipo, tudo isso perto do apocalipse final, o ano de 2012...
    mto foda o seu texto!!!!
    bjoooooo

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  2. Eu aprecio uma boa dose de realidade, que é a solução deste conviver com vampiros, lobisomens e outras criaturas perturbadoras. Lembro-me quando alternava aqui em casa capítulos de ROMA com FAMILIA SOPRANO. Passava até mal. Ficava soprando cigarro na janela e digerindo tudo aquilo. Muito bom. Mas aprecio HARRY POTTER, graças aos livros, que são excepcionalmente bem escritos. E gostei muito de ENTREVISTA COM O VAMPIRO, o livro, que me parece puxou essa onda lá nos anos noventa. De qualquer maneira, pra combater essa praga sugiro a saga da FAMILIA SOPRANO. É tiro e queda. Feliz com sua participação no meu blog. Um abraço.
    Marco Antonio Martire
    @MarcoAMartire
    http://obloguidomarco.blogspot.com/

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